segunda-feira, 18 de junho de 2007

Mariô

Este foi mais um dos belos projetos premiados pelo Capoeira Viva. A sua sede está situada no terreiro de candomblé Ilê Axé Ogum Alakaiyê, localizado em Tubarão, Paripe, subúrbio ferroviário de Salvador. Este projeto coordenado por Vino, para ser aprovado pelo Ministério da Cultura, apresentou o seguinte argumento: atrair com a capoeira e a dança afro crianças e adolescentes do bairro para o convívio do terreiro. Um antídoto contra o veneno da intolerância religiosa que grassa no bairro, responsável em boa parte pelo afastamento de pessoas da comunidade do Tubarão do candomblé.

O projeto atraiu mais de 50 crianças, possibilitou que o terreiro se equipasse com computador, aparelho de DVD, TV de 29´ polegadas, máquina de fotografia digital – equipamentos que, entre outros usos, servirá para registro da memória remota, recente e presente do terreiro. Os recursos do Capoeira Viva possibilitaram também a realização de eventos – mostras de vídeos, apresentações de capoeira e dança afro para a comunidade – e realização de atos como feijoada que ampliaram a margem de sociabilidade do terreiro com a comunidade.

Desde a sua concepção como projeto, o Mariô contou com o apoio do Instituto Jair Moura e do Projeto Mandinga - devedores de muitas generosidades ao Ilê Axé Ogum Alakaiyê. Vino, o coordenador dessa iniciativa, é amigo e aluno do Ginga Mundo, grupo de capoeira comandado por Sabiá.

O Mariô não pode parar. Este é um projeto que merece a mais alta consideração por parte das instituições públicas e privadas que apóiam ações sócioeducativas para crianças e adolescentes. Ele se afirma em função do que é na realidade: capoeira como um instrumento de resistência cultural, sem precisar da retórica para sustentar-se.

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